sexta-feira, 6 de agosto de 2010

informações sobre a caatinga

A caatinga, palavra originária do tupi-guarani que significa “mata branca”, é o único sistema ambiental exclusivamente brasileiro. Possui extensão territorial de 734.478 de quilômetros quadrados, correspondendo a cerca de 10% do território nacional, está presente nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Piauí e norte de Minas Gerais.

As temperaturas médias anuais são elevadas, oscilam entre 25° C e 29° C. O clima é semiárido e o solo, raso e pedregoso, composto por vários tipos diferentes de rochas.

A ação do homem já alterou 80% da cobertura original da caatinga, que atualmente tem menos de 1% de sua área protegida em 36 unidades de conservação, que não permitem a exploração de recursos naturais.

As secas são cíclicas e prolongadas, interferindo de maneira direta na vida de uma população de, aproximadamente, 25 milhões de habitantes.

As chuvas ocorrem no início do ano e o poder recuperação do bioma é muito rápido, surgem pequenas plantas e as árvores ficam cobertas de folhas. 

Aspectos da caatinga no período de chuva
A região enfrenta também graves problemas sociais, entre eles os baixos níveis de renda e escolaridade, a falta de saneamento ambiental e os altos índices de mortalidade infantil.

Desde o período imperial, tenta-se promover o desenvolvimento econômico na caatinga, porém, a dificuldade é imensa em razão da aridez da terra e da instabilidade das precipitações pluviométricas. A principal atividade econômica desenvolvida na caatinga é a agropecuária. A agricultura se destaca na região através da irrigação artificial, possibilitada pela construção de canais e açudes. Alguns projetos de irrigação para a agricultura comercial são desenvolvidos no médio vale do São Francisco, o principal rio da região, juntamente com o Parnaíba.

Vegetação – As plantas da caatinga são xerófilas, ou seja, adaptadas ao clima seco e a pouca quantidade de água. Algumas armazenam água, outras possuem raízes superficiais para captar o máximo de água da chuva. E há as que contam com recursos pra diminuir a transpiração, como espinhos e poucas folhas. A vegetação é formada por três estratos: o arbóreo, com árvores de 8 a 12 metros de altura; o arbustivo, com vegetação de 2 a 5 metros; e o herbáceo, abaixo de 2 metros. Entre as espécies mais comuns estão a amburana, o umbuzeiro e o mandacaru. Algumas dessas plantas podem produzir cera, fibra, óleo vegetal e, principalmente, frutas.

Arara Azul
Fauna – A fauna da caatinga é bem diversificada, composta por répteis (principalmente lagartos e cobras), roedores, insetos, aracnídeos, cachorros do mato, arara azul, (ameaçada de extinção), sapo cururu, asa branca, cutia, gambá, preá, veado catingueiro, tatupeba, sagui do nordeste, entre outros animais. 
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

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Água como mercadoria
Escrito por Frei Betto   
02-Ago-2010
 
O capitalismo mercantiliza os bens da natureza, os frutos do trabalho humano, todos os aspectos de nossa vida. Aprendemos na escola: 71% de nosso corpo são água, a mesma proporção existente em nosso planeta.  
 
Bebemos litros de água no decorrer do dia. Do velho e bom filtro? Não. Em geral, de garrafas pet vendidas em supermercados. Quem garante que a água engarrafada é mais potável que a filtrada em casa? A propaganda; ela faz nossa cabeça e direciona nossos hábitos.
 
De olho no faturamento, empresas transnacionais procuram incutir na opinião pública a idéia da água como mercadoria de grande valor econômico, capaz de tornar-se uma fonte de renda para um país como o Brasil. Retira-se da água sua dimensão de direito humano, seu caráter vital, sua dimensão sagrada. Quem se opõe a esta ideologia é rotulado como "contrário ao progresso". Porém, é na defesa da água como direito e bem comum que reside a possibilidade de salvarmos o planeta Terra – "Planeta-Água" – da desolação e assegurarmos a vida das gerações futuras.
 
O raciocínio da mercantilização da água é simples: tendo que pagar, a sua utilização será mais racional e cuidadosa. Ora, isso não implica incluir a água na categoria de mercadoria regida pelas leis do mercado.
 
Este argumento tem sua parte de verdade – cuida-se melhor daquilo que é mais caro. As conseqüências, porém, podem ser graves se a água for regida pela lei da oferta e da procura. A cobrança pelo uso da água pode ser um mecanismo de gerenciamento desde que se estabeleçam preços diferenciados conforme a concessão de uso. Uma fábrica de cerveja retira do poço artesiano toda água que necessita, sem pagar nada por ela. Depois descarrega parte dessa água, agora poluída por detergentes e dejetos, no rio mais próximo. O lucro com a venda da cerveja é todo dela; a perda no lençol subterrâneo e a poluição do rio são da comunidade local.
 
Uma boa gestão cobraria preço baixo pela água usada como insumo e alto sobre o esgoto industrial, de modo a obrigar a indústria a filtrar dejetos antes de lançá-los de volta ao rio. Também é preciso estabelecer preços diferenciados conforme o uso da água (consumo humano, esgoto, energia elétrica, produção industrial, agricultura irrigada, lazer etc.).
 
Nas zonas urbanas já pagamos pelos serviços de captação, tratamento e distribuição da água, não pela água em si. A novidade é que, além dos serviços, deveremos pagar também pelo metro cúbico de água utilizada. Se este preço adicional vier a excluir alguém do acesso à água, tal medida será eticamente inaceitável.
 
O princípio que obriga a quem usa pagar não pode ser aceito ao contrário: "quem não paga, não usa." Não sendo a água uma mercadoria, mas bem de domínio público, o princípio só se aplica como norma reguladora de uso, seja quantitativa (quem usa mais água, paga mais), seja qualitativamente (quem usa para fins lucrativos paga mais do que quem usa para consumo pessoal). Se assim não for, a água deixará de ser direito de todos os seres vivos, criando-se um impasse ético e uma tragédia: a dos excluídos da água.
 
Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Marcelo Barros, de "O amor fecunda o Universo – ecologia e espiritualidade"  (Agir), entre outros livros. http://www.freibetto.org   - twitter:@freibetto
 
Copyright 2010 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer  meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Assine todos os artigos do escritor e os receberá diretamente em seu e-mail. Contato – MHPAL – Agência Literária ( mhpal@terra.com.brEste endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email )

domingo, 1 de agosto de 2010

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Artigo

Plantas medicinais

31/07/2010 02:00



A utilização de plantas na arte de curar é uma forma de tratamento com raízes muito antigas, relacionada aos primórdios da medicina e fundamentada no acúmulo de informações através de sucessivas gerações. Ao longo dos séculos, produtos de origem vegetal constituíram as bases para tratamento de diferentes doenças.

O homem, durante o processo de evolução, utilizou de diversas maneiras os recursos oferecidos pela natureza, com a finalidade de buscar condições para sua sobrevivência e melhor adaptação ao meio em que vive. O desenvolvimento do conhecimento humano veio da necessidade de compreensão da relação homem/natureza e domínio do universo para o uso em seu próprio benefício.

No processo histórico das plantas medicinais, muitas civilizações descreveram a utilização de ervas e outros vegetais, como forma de medicamento, em seus registros e manuscritos.

A arte de curar, em tempos primitivos, era essencialmente mágica, sendo empregado um reduzido número de plantas em rituais carregados de misticismo e religiosidade.

A flora medicinal constitui um arsenal terapêutico de enorme importância. Em toda a história, registra-se que os medicamentos surgiram da simples observação. O século XVII em particular foi aquele que abriu as portas para o conhecimento científico da medicina e, embora a arte de cura tenha sido refinada, as plantas continuaram a ocupar uma posição de destaque, o que permaneceu como paradigma até o nosso século. Apesar do desconhecimento sobre o verdadeiro poder das plantas e a ação de seus princípios ativos, alguns cientistas representaram etapas marcantes no desenvolvimento da ciência, desmistificando que a cura das doenças era responsabilidade dos deuses, assim foi com Hipócrates (460-377 a.C.), Theophrastus (300 a.C.), Catão (243-149 a.C.) e Mithridates IV (100 a.C.), para citar apenas alguns. Em um estágio mais avançado do uso das plantas medicinais, foram criadas teorias e observações que contribuíram para a fitoterapia atual.

No século XIX, a humanidade deparou-se com um diverso e inesgotável arsenal terapêutico presente nos vegetais. Na primeira metade do século XX, os produtos de origem vegetal foram esquecidos, temporariamente, em decorrência do grande sucesso dos compostos químicos obtidos dos microrganismos capazes de curar infecções graves. O advento da Revolução Industrial proporcionou a produção em larga escala de vários tipos de produtos, incluindo medicamentos. Na nascente indústria farmacêutica era grande o interesse pelas plantas medicinais, estudando-se sua composição e os efeitos farmacológicos de seus distintos constituintes. Apesar da massificante industrialização, alguns médicos mantiveram o emprego de ervas em sua totalidade, utilizando-as in natura. Desse modo, tomou corpo a fitoterapia, ramo da alopatia que utiliza plantas medicinais como base terapêutica. Nas três últimas décadas, as pesquisas com plantas geraram diversos princípios químicos com atividades farmacológicas importantes.

Desde 1977, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem encorajado o estudo de plantas tradicionais com a esperança de obter os benefícios que isso poderia possivelmente fornecer. De acordo com esta organização, cerca de 65 a 80% da população mundial não têm acesso ao atendimento primário de saúde e recorre à medicina tradicional, especialmente às plantas medicinais, na procura de alívio para seus males. A própria OMS não só reconhece, como também estimula o uso de plantas medicinais pela população de países pobres, embora recomende cuidados especiais no seu uso através da distribuição de manuais para orientar estudos científicos, que confirmem sua segurança e a eficácia clínica.

Estima-se que existam aproximadamente 500 mil espécies de plantas no mundo, das quais cerca de 120 mil podem ser encontradas no Brasil, o país com a maior cobertura vegetal em todo o globo e detentor de notável biodiversidade.

Apesar do decorrer dos milênios, o homem ainda busca soluções para vários problemas de saúde. O consumo de produtos de origem vegetal decorre, basicamente, do fato de esses produtos representarem terapias de menor custo em relação àquelas normalmente oferecidas pela indústria farmacêutica. A manutenção da saúde é uma das grandes preocupações humanas tanto em âmbito coletivo, em termos de saúde pública, quanto individual. Neste contexto, produtos naturais obtidos de plantas demonstram ter um valor incalculável para a sociedade, contribuindo, significativamente, para a melhoria da qualidade de vida da população. A utilização ponderada e racional das plantas medicinais como suporte terapêutico pode ser considerada como uma forma simples, de baixo custo e bastante eficaz de
promover a saúde.

Kátia Maria da Silva Parente - Profª. doutora da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

sábado, 31 de julho de 2010

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Elian Lucci

A sustentabilidade do planeta

Meio ambiente x consumismo
31/07/2010 02:00
O nosso planeta é um organismo vivo. Diante disso é preciso compreender que, como nós, ele também sofre com doenças e ulcerações.

Algumas delas são próprias de suas metamorfoses, ou seja, transformações geológicas, enquanto outras são provocadas por ações, sobretudo de seus habitantes. Porém, o nosso planeta tem uma determinada capacidade para atender às demandas de seus habitantes ao desenvolverem seus respectivos modos de vida e esta capacidade foi avaliada, nos primeiros anos do novo milênio, pelo Fundo das Nações Unidas para Assuntos Populacionais (Fnuap) em aproximadamente sete bilhões de habitantes, já adicionado um valor relativo à capacidade tecnológica que o homem moderno alcançou. Se olharmos para a situação demográfica do mundo pode-se verificar que ainda nos faltam alguns milhões de pessoas para atingirmos os limites do planeta, mas aí está o grande problema: a atual população da Terra vem consumindo de forma desmesurada. Com o advento da globalização e a expansão do comércio a que estamos assistindo, nossa sociedade vem se defrontando com graves questões socioambientais, provocando o advento de novos conceitos para a sua melhor compreensão e tomada de posição diante da gravidade do problema que o consumismo excessivo vem gerando ao planeta. Um dos mais recentes conceitos e que mostra o impacto do consumo desenfreado que marca nossa sociedade é o da pegada ecológica, a qual pode ser definida como a área de terras produtivas que cada pessoa precisa para sustentar o seu consumo e absorver seus resíduos pelo período de um ano. A pegada ecológica de cada um depende de seu padrão de consumo. Atualmente cada habitante do planeta tem 1,6 hectares de terras produtivas disponíveis ao ano. Nos anos 1960 era de 6,3, o que seria o ideal para hoje. Entretanto, os países mais industrializados têm uma pegada ecológica muito forte superior a 6 ha/pessoa/ano, provocando déficits globais. Isso significa que tais países, ao exigirem mais do que se tem em disponibilidade por pessoa para seu padrão de vida, comprometem os padrões dos demais países, que, como o Brasil e a Argentina, por exemplo, que não chegam a consumir mais hectares do que tem disponível.


Cada brasileiro consome 2,4 hectares de recursos naturais, ou seja, 0,3 hectares além da média mundial, mas a oferta de recursos é de 7,3 hectares por pessoa – bem acima da média mundial.


Portanto, a análise da pegada ecológica indica que precisamos rever urgentemente nossos padrões de produção e consumo, porque, no patamar em que se encontra, já se consomem 30% a mais de recursos do que o planeta pode nos oferecer. É por isso que se ouve, constantemente, em relatórios, congressos e na mídia, que vai faltar planeta. Tal situação não é, com certeza, a que as nações de hoje querem deixar como herança para os futuros habitantes do planeta. Para tanto, então, é necessário que haja um efetivo movimento na educação das novas gerações, a fim de que aprendamos todos a consumir com responsabilidade social.

JORNAL DO LEITOR - JORNAL O POVO

O QUE FOI A ECO 92

ECO 92